Tuesday, August 3, 2010

Imperial Bedrooms


Título: Imperial Bedrooms

Autor: Bret Easton Ellis

Edição: Knof




Imperial Bedrooms retoma a personagem de Menos Que Zero, Clay, vinte e cinco anos depois, quando este regressa à Los Angeles natal depois de uma longa ausência em Nova Iorque. A ex-namorada de Clay, Blair, é agora casada com Trent, que entretanto se tornou produtor de cinema, e o seu velho amigo Julian é, supostamente, o responsável por uma rede de prostituição de jovens adolescentes. Rip, o antigo dealer de Clay e dono de um trust fund inesgotável, está irreconhecível após tantas cirurgias plásticas.

Clay regressa a Los Angeles para o casting de um filme que está a ser produzido com base num romance seu publicado nos anos 80, e cujo argumento está a escrever. Porém, mal se instala, começa a sentir-se vigiado por alguém que se encontra nas sombras, ao mesmo tempo que desenvolve uma obsessão por uma actriz pouco talentosa que pretende um papel no seu filme, Rain Turner.

Uma vez mais a ficção confunde-se com a realidade, dando a Imperial Bedrooms um carácter autobiográfico. Como Clay, Ellis também se mudou de Nova Iorque para Los Angeles para escrever argumentos, neste caso para uma série da HBO. Aliás, este tipo de coisa já é recorrente em Ellis - mesmo o seu último romance, Lunar Park, é uma espécie de autobiografia ficcionada. E à semelhança de Menos que Zero, também este livro vai buscar o seu título a um tema de Elvis Costello. A primeira coisa que salta à vista neste livro é que o desencanto de Clay com a vida subsiste vinte e cinco anos depois, e quando criticado pela falta de vigor deste livro, o autor defende-se dizendo que se limitou a reflectir a falta de vigor do narrador Clay.

Apesar de ter recebido este livro em casa no dia em que foi colocado à venda nos EUA, passou-se algum tempo até conseguir fazê-lo passar pela mesa-de-cabeceira. Foi difícil de ler, sobretudo por se tratar da sequela de um livro icónico que tanto me marcou na adolescência. Por outro lado, Ellis perdeu realmente o seu vigor e continua a escrever mais do mesmo - tal como o seu velho amigo e companheiro de lides no Brat Pack literário, Jay McInnerney (embora este último tenha decidido enveredar por outros caminhos). Os livros de Ellis parecem repetir uma fórmula já gasta há muito, e desde a sua obra mais controversa, American Psycho, tem vindo a decrescer em interesse. É uma pena que Ellis não saiba reinventar-se e permaneça parado no tempo.

De referir que a edição portuguesa está anunciada para o final deste ano, uma vez mais pela Teorema.


Nota: 13,5/20

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